Quando pra você ganhar, não precisa disputar, nada é mais uma ameaça. Seus instintos egoístas de nada mais servem. O medo já não lhe é mais útil, você não precisa escapar, ou enfrentar. Acabou o pesadelo, pode acordar. Pode sorrir, pode espreguiçar, pode sair correndo, brincar, cantar. Nada de vergonha, nada de errado, pode sim! E quando você menos esperar, não só pode, como já está.
sábado, 17 de agosto de 2013
tarde na montanha
Quando pra você ganhar, não precisa disputar, nada é mais uma ameaça. Seus instintos egoístas de nada mais servem. O medo já não lhe é mais útil, você não precisa escapar, ou enfrentar. Acabou o pesadelo, pode acordar. Pode sorrir, pode espreguiçar, pode sair correndo, brincar, cantar. Nada de vergonha, nada de errado, pode sim! E quando você menos esperar, não só pode, como já está.
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Angústia
Admito: nunca sei exatamente o que se passa. A linguagem humana às vezes
confunde mais que esclarece...o silêncio também. Tudo pode ser um campo
repleto de dúvidas (ou pode ser um espaço apenas - sem respostas, sem
perguntas).
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Encanto e Espanto
Hoje
poderia ter sido todo dia. Dia de repetir, na mesma esquina: "vinte e quatro
pregador, dois real"...
não por delírio, mas por ter que viver.
Hoje andamos em fluxo, fluxo que se direciona todos os dias, nos mesmos horários, à prisão de um recipiente. Fluxo que não desagua, ignora as águas da Guanabara, e apenas desembarca do outro lado, como sempre.
Mas hoje simplesmente percebemos tudo com espanto. E percebemos, com encanto, que a noite é o tempo mais humano de um homem diurno, é tempo livre, em que vale tudo o que não teria valor.
Em que vale a poesia
Fazer amor contigo
não é espelhar teu corpo nu
no vítreo do meu espaço
não é sentir-me possuída
ou possuir-te.
É ir buscar-te
ao abismo de milênios de existência
e trazer-te livre.*
Em que valem vozes cantando juntas
Será que é tempo que lhe falta pra perceber? Será que temos esse tempo pra perder? E quem quer saber? A vida é tão rara, tão rara.**
Só por isso, humildemente, desejo o hoje compartilhar.
(em companhia de Cathe Lira, Victor Guedes e Celso Eugênio, pelas pequenas viagens do cotidiano niteroiense até as noites cariocas.)
* Posse Intemporal, de Manuela Amaral
** Paciência, de Lenine
não por delírio, mas por ter que viver.
Hoje andamos em fluxo, fluxo que se direciona todos os dias, nos mesmos horários, à prisão de um recipiente. Fluxo que não desagua, ignora as águas da Guanabara, e apenas desembarca do outro lado, como sempre.
Mas hoje simplesmente percebemos tudo com espanto. E percebemos, com encanto, que a noite é o tempo mais humano de um homem diurno, é tempo livre, em que vale tudo o que não teria valor.
Em que vale a poesia
Fazer amor contigo
não é espelhar teu corpo nu
no vítreo do meu espaço
não é sentir-me possuída
ou possuir-te.
É ir buscar-te
ao abismo de milênios de existência
e trazer-te livre.*
Em que valem vozes cantando juntas
Será que é tempo que lhe falta pra perceber? Será que temos esse tempo pra perder? E quem quer saber? A vida é tão rara, tão rara.**
Só por isso, humildemente, desejo o hoje compartilhar.
(em companhia de Cathe Lira, Victor Guedes e Celso Eugênio, pelas pequenas viagens do cotidiano niteroiense até as noites cariocas.)
* Posse Intemporal, de Manuela Amaral
** Paciência, de Lenine
domingo, 26 de maio de 2013
Depois de Pernambuco
Quero viver pelo sorriso inexplicável da nordestina
que se orgulha do menino e da menina
que diz "a vida é isso... é luta constante"
e que sorri mais uma vez, e outra vez acrescenta
Amor
ao meu ser já amante
Quero viver pelo sotaque mole oferecendo
"é de bom coração"... por aquele sorriso sereno
comentando como hoje foi baixo o movimento
e pelas pegadas formando na areia um caminho
debaixo de Sol e de Lua, contra o vento.
Quero viver pelo coração que toca
tom de alfaia, bum de surdo. Que bate sempre
mas só toca em roda
coração de ciranda, virada de mundo
Nessa roda minh'alma se com-partilha
dentro dos seres e da gente, que levam e deixam saudade
mas pedacinhos não ficam perdidos, e nem
a alma fica metade
eles dançam quando se encontram
sua soma é liberdade
Quero viver
Quero viver porque podemos ser.
Mais que gente distante, mais que frações de classe
Juntos, podemos ser
Humanidade
que se orgulha do menino e da menina
que diz "a vida é isso... é luta constante"
e que sorri mais uma vez, e outra vez acrescenta
Amor
ao meu ser já amante
Quero viver pelo sotaque mole oferecendo
"é de bom coração"... por aquele sorriso sereno
comentando como hoje foi baixo o movimento
e pelas pegadas formando na areia um caminho
debaixo de Sol e de Lua, contra o vento.
Quero viver pelo coração que toca
tom de alfaia, bum de surdo. Que bate sempre
mas só toca em roda
coração de ciranda, virada de mundo
Nessa roda minh'alma se com-partilha
dentro dos seres e da gente, que levam e deixam saudade
mas pedacinhos não ficam perdidos, e nem
a alma fica metade
eles dançam quando se encontram
sua soma é liberdade
Quero viver
Quero viver porque podemos ser.
Mais que gente distante, mais que frações de classe
Juntos, podemos ser
Humanidade
quinta-feira, 4 de abril de 2013
sine imperium
Não idealize.
Não julgue,
Não permita
Qualquer tipo de proibição
Qualquer sonho em reprodução
aniquile, e prossiga.
Não reforme,
Não repare.
Destrua!
Flagele, derrame o sangue podre
Toda estupidez
desconstrua.
Porém, não convalesça
Nem se obrigue.
Adoeça.
Mas resista e se contradiga até a cura
E mais nenhuma ordem
reconheça.
Não julgue,
Não permita
Qualquer tipo de proibição
Qualquer sonho em reprodução
aniquile, e prossiga.
Não reforme,
Não repare.
Destrua!
Flagele, derrame o sangue podre
Toda estupidez
desconstrua.
Porém, não convalesça
Nem se obrigue.
Adoeça.
Mas resista e se contradiga até a cura
E mais nenhuma ordem
reconheça.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Cinzas
No contexto, o carnaval
Um pretexto, a novidade
De novo, de velho, dilacero
Meu peito, eu dilacero, dilacero...
Sem dó, hasta el pozo
Dilacerando, morrendo, gritando
Sangrando, rasgando
Escorre em meu rosto
O pretexto, a novidade
A velha, a cega, a coisa
que eu quero que morra
Sem saber, sem sofrer
Apenas vá para longe daqui....
Pra longe do meu peito.
Adeus, provocação
Sem mais nenhuma alternativa
Sem Guerra
Dilaceremo-nos
Juntas
Ligadas pela condição
de mulher.
Expulsemo-nos da guerra.
Vomitemos
na cara dele. Escorra.
Agora morra.
Em paz.
Um pretexto, a novidade
De novo, de velho, dilacero
Meu peito, eu dilacero, dilacero...
Sem dó, hasta el pozo
Dilacerando, morrendo, gritando
Sangrando, rasgando
Escorre em meu rosto
O pretexto, a novidade
A velha, a cega, a coisa
que eu quero que morra
Sem saber, sem sofrer
Apenas vá para longe daqui....
Pra longe do meu peito.
Adeus, provocação
Sem mais nenhuma alternativa
Sem Guerra
Dilaceremo-nos
Juntas
Ligadas pela condição
de mulher.
Expulsemo-nos da guerra.
Vomitemos
na cara dele. Escorra.
Agora morra.
Em paz.
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