terça-feira, 22 de setembro de 2015

Amor-À-Nat


É como esse brilho fosco
do Sol que não esquenta
É quando
nada mais entra
dentro de um corpo
chorando de cólicas.

É nosso útero, irmã,
Que revira
Que avisa
Nos avista
por dentro
E põe pra fora toda a violência
que já recebemos
sem conseguir dar em troca

Você está certa
Porque dói.
E eu não sou completa
Nem tenho melhor palavra
pra te consolar.
Mas estou aqui, aberta
Esperando quase a mesma chuva salgada
terminar de nos encharcar

Iremos nos juntar na
mesma terra.
E até lá
Todos os defeitos, todos os egos
poderão nos afastar...

Mas cante comigo, minha amiga!
Em prantos!
Deixe seu sangue vazar

Dá saudade seus olhos fortes,
doces, querida
que mostram uma alma
feminina, contorcida
mirando bem fundo
no suspiro do meu lar

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